terça-feira, 29 de maio de 2012

     O texto mostra os pontos essenciais para ensinar e aprender na alfabetização referente a leitura e a escrita e destaca os tópicos fundamentais para isso. Apresenta também um roteiro metodológico e traz as noções linguísticas mais importantes para se entender os mecanismos de produção da leitura e da escrita. 
    Quando chega na escola, a criança já tem experiência como ouvinte e falante da lígua, adquirida no convívio com a família. Na verdade, esse processo de aquisição da linguagem é muito complexo. Os sons de uma palavra isolada não passam de simples sons, porém, a língua não é feita de sons de palavras isoladas, mas de estruturas que juntam ideias e sons, formando palavras, frases, textos etc. 
   Devido a essas características da língua as crianças inicialmente aprendem mais a ouvir do que a falar, havendo o equilíbrio somente após certa idade. Assim, a adaptação das crianças ao modelo escolar não acontece de uma hora para outra, uma vez que a aquisição dessas habilidades ocorre num contexto diferente do que se dá a aquisição da linguagem quando a criança aprende a falar. Além disso, a escola tira o ambiente natural do uso da linguagem e o coloca num contexto artificial onde a linguagem é avaliada o tempo inteiro e não é usada apenas para a comunicação, o que pode levar a criança a duvidar das habilidades linguísticas que já adquiriu.
    Conforme a criança aprende a falar, sua habilidade linguística passa a se identificar com o modo de falar das pessoas que convive. Essa variação linguística não mostra nenhum erro, mas somente que pessoas diferentes podem ter modos diferentes de usar a mesma língua. Dessa forma, o professor precisa primeiramente entender porque as crianças falam de determinado modo, em seguida, deve respeitar esse modo de falar e ajudá-las a entender porque falam assim e explicar o que a escola espera delas, pois apesar do professor ter que aceitar e respeitar o modo de falar dos alunos, é também obrigação da escola ensinar a língua padrão, que deve sempre ser usada pelo professor, além do treino com os alunos para usá-lo. sobretudo nas leituras. 
    A adaptação dos alunos a língua padrão requer alguns anos. Inicialmente, deve-se concentrar na leitura e nas atividades em sala de aula. Essas diferenças na língua se refletem também na escrita. Por isso, acertar a ortografia é muito mais difícil para alguns alunos. Porém, ao corrigir esses erros, os alunos aprendem como se fala, na língua padrão. Portanto, o professor deve desde o início incentivar os alunos a procurar a escrita ortográfica correta. 
    Segundo o texto, ser alfabetizado é saber ler por iniciativa própria e escrever é consequência de saber ler. Ainda segundo o texto, letrado é o sujeito que independente de ter ido a escola e aprendido a ler e escrever, use ou compreenda certas estratégias próprias de uma cultura letrada, já a alfabetização consiste no aprendizado do alfabeto e de sua utilização como código de comunicação. Para ensinar a ler, é preciso saber os mecanismos e conhecimentos necessários para decifrar e traduzir o escrito em linguagem oral. 
    A alfabetização e o letramento são processos que caminham juntos. Uma vez que hoje a sociedade é centrada na escrita, não basta ao indivíduo ser simplesmente alfabetizado, faz-se necessário que o mesmo seja também letrado para que possa exercer as práticas sociais de leitura e escrita nessa sociedade.
    Ao contrário dos países de primeiro mundo, no Brasil os conceitos de alfabetização e letramento se confundem como podemos ver nos censos demográficos, na mídia e na produção acadêmica. Provavelmente a palavra letramento surgiu devido ao não uso da palavra alfabetismo. Já que o seu contrário, analfabetismo é familiar para nós. Ou seja, conhecemos bem a condição de anlfabeto, mas só agora o seu oposto tornou-se importante, uma vez que passamos atualmente a enfrentar uma nova realidade social, onde ler e escrever se faz necessário, além de responder as exigências de leitura e escrita da sociedade.
    No Brasil, a alteração do critério utilizado em levantamentos censitários contribuiu para o seu surgimento, processo que vem sofrendo alterações, uma vez que se deixou de lado a simples verificação da capacidade de codificar e decodificar o nome e passou a verificação da capacidade de usar a leitura e a escrita para uma prática social. Em contrapartida, nos países desenvolvidos, o que interessa é a avaliação do nível de letramento da população e não o índice de alfabetização. 
   Na etapa inicial, a escola deve ajudar o aluno na apropriação da escrita alfabética e informatizar o seu uso. O professor deve fornecer ferramentas para a construção do processo de aprendizagem da leitura e da escrita do aluno.
    Concluimos assim que hoje os alunos precisam de uma aprendizagem com foco em alfabetizar letrando, ou seja, que não só os oriente na aprendizagem da leitura e da escrita como o leve a conviver com práticas reais de leitura e escrita.                
  
   O debate entre teoria e prática ainda é um tema muito discutido nos dias de hoje no que diz respeito a educação, buscando sua compreensão e a implantação de ações concretas que se distanciam de práticas conservadoras. 
    Nesse complexo tema chamado educação, a avaliação é um item de grande destaque e que constantemente divide opiniões na busca de uma melhor qualidade no processo ensino/aprendizagem. 
   O texto aborda a inserção da avaliação formativa na escola com o objetivo de construir alternativas de avaliação que ultrapasse a visão classificatória, excludente e punitiva da avaliação tradicional, nos mostrando assim uma visão de avaliação além da feita em finais de processos educativos a fim de "aprovar" ou "reprovar", onde os erros dos alunos não servem para punição ou repreensão, mas são base para o planejamento, o redirecionamento das ações e o repensar do trabalho pedagógico, a fim de sanar as reais necessidades dos alunos. Nessa visão, a avaliação deve ter objetivos definidos e o foco não deve ser a nota, mas sim os avanços na aprendizagem dos alunos. Além disso, cita o uso do portfólio eletrônico como alternativa de proposta de avaliação formativa indicando seus princípios, características e fundamentos como procedimentos específicos desse tipo de avaliação.
    O portfólio é um conjunto de produções do aluno em seu processo vivenciado de aprendizagem e de construção de conhecimento que evidenciam os conhecimentos construídos e o caminho percorrido, além das estratégias utilizadas para a constituição de conhecimentos. Assumido no processo educativo como procedimento de avaliação formativa, implica uma seleção sistematizada das produções do aluno. Esse processo envolve e exige a capacidade de auto organização da produção intelectual ao longo de determinado período. É organizado pelo próprio aluno, para que ele e o professor possam acompanhar os avanços na aprendizagem. Com o desenvolvimento da tecnologia, o portfólio eletrônico ganha espaço, podendo estar agregado a um ambiente virtual de aprendizagem ou serem construídos em espaços virtuais gratuitos como blogs e wikis.  
     Dessa forma, concluimos que a avaliação formativa é mais do que os aspectos comportamentais e de valores morais, situados somente nas definições do professor, referindo-se também ao envolvimento do professor e dos alunos no progresso da aprendizagem e as decisões relativas a esse progresso. Além disso, entendemos também que a inserção deste tipo de avaliação não é uma tarefa fácil, pois requer mudanças de atitude, comportamento e visão dos professores.  

          
          Nos dias 11,12 e 13 de abril, aconteceu na Febf e na Escola Municipal Barro Branco, situada em Duque de Caxias, um grande evento de incentivo a leitura nas comunidades da periferia, com várias palestras, contação de histórias, tendas literárias, entre outras atividades.
       Este trabalho maravilhoso foi parte de uma pesquisa da escola em parceria com a UFF, fruto do acompanhamento da trajetória da construção da proposta político-pedagógico da escola a partir das demandas trazidas pelos professores, projeto financiado pela FAPERJ e coordenado pelo Prof. Dr. João Batista Bastos. 
      O objetivo da pesquisa é descobrir as culturas vivenciadas pelos alunos e suas famílias, culturas historicamente silenciadas, além de aprofundar o trabalho que já vem sendo realizado a fim de estreitar o diálogo entre a escola e a comunidade.
          Os professores da escola entendem que a leitura se faz através de múltiplas linguagens. Assim, o projeto contribui para a compreensão de que não há como pensar o currículo sem que ele esteja voltado para as culturas que emergem da comunidade, de suas experiências e das formas de se relacionar com o outro, procurando fazer da escola pública uma escola de educação popular. 
          Desta forma, podemos destacar como principais objetivos do evento:
  • Refletir o quanto as políticas públicas de incentivo à leitura têm contribuido para a formação de um cidadão leitor.
  • Promover atividades com os pais e os alunos, mostrando a leitura como fonte de conhecimento e prazer. 
  • Promover a reflexão sobre a importância da leitura na formação humana. 
  • Reconhecer como legítimas as múltiplas linguagens da leitura. 
" Leitura não é ler somente as letras do alfabeto, e sim saber ler criticamente o mundo."
Paulo Freire     
 

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Alfabetizando com contos de fadas

Aquisição da Escrita - Marileide Barbosa.mp4

Alfabetizando com jogos pedagógicos por Aline e Tânia Lopes

          O texto mostra as deficiências no processo de aquisição da escrita na educação infantil, buscando formas de atualizar os métodos de ensino a fim de formar e desenvolver ao máximo a inteligência e a  personalidade das crianças. 
          Nele vemos que as atividades de expressão próprias da educação infantil como o desenho, a pintura, o faz de conta, a modelagem, a construção a dança, a poesia e a própria fala são tidas pelos pais e pela escola como improdutivas mas na verdade são essenciais para a aquisição da escrita. Esta visão é consequência não só da pressão dos pais, mas da concepção errônea adotada na formação de professores da educação infantil, que defende a antecipação da escolarização da criança, substituindo a brincadeira pela prática da escrita, o que é muito criticado por Vygotsky ,segundo o qual o que deve prevalecer no ensino da escrita é a sua utilização racional, funcional e social.
         Através dele, percebemos que "as letras e as sílabas constituem apenas o aspecto técnico da escrita, não a sua essência". Portanto, para que a escrita entre na vida das crianças como uma linguagem de expressão de conhecimento do mundo, deve-se utilizá-la de acordo com o seu fim social, que é comunicar-se. Porém, ao contrário disso, o que vemos é o ensino de letras e sílabas para as crianças na educação infantil e no processo inicial de alfabetização no ensino fundamental , para só então chegar aos processos de comunicação e expressão.
        Essa insistência no reconhecimento de letras com as quais a criança não lê nada dificulta nela a percepção da escrita com um instrumento cultural, ao contrário, ganha o sentido de atividade feita na escola atendendo a exigência do professor, além de dificultar sua concentração, por não fazer sentido para ela. 
         Assim, podemos concluir que "a criança não se apropria da escrita apenas porque o educador deseja imensamente ensiná-la, mas apenas quando a escrita faz sentido para ela, quando o resultado da escrita responde a uma necessidade criada na criança." Por isso, para nossas crianças lerem e escreverem bem, se tornando verdadeiras leitoras e produtoras de texto, precisamos trabalhar profundamente o desejo e o exercício da expressão, por meio de diferentes linguagens, ou seja, ao invés de apresentar às crianças exercício de treino da escrita, devemos buscar criar nelas a necessidade da escrita.